domingo, 17 de outubro de 2010

Cartas de Amor


Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)


Álvaro de Campos - Todas as cartas de amor são ridículas

terça-feira, 12 de outubro de 2010

O expoente da loucura


"A cidade está deserta,
E alguém escreveu o teu nome em toda a parte:
Nas casas, nos carros, nas pontes, nas ruas.
Em todo o lado essa palavra
Repetida ao expoente da loucura!
Ora amarga! Ora doce!
Pra nos lembrar que o amor é uma doença,
Quando nele julgamos ver a nossa cura!"

Musica: Ouvi Dizer
Banda: Ornatos Violeta
Álbum: O Monstro precisa de amigos

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

For you, Mr. Big


Though still in bed, my thoughts go out to you, my Immortal Beloved, now and then joyfully, then sadly, waiting to learn whether or not fate will hear us.

Yes, I am resolved to wander so long away from you until I can fly to your arms and say that I am really at home with you, and can send my soul enwrapped in you into the land of spirits.

No one else can ever possess my heart - never - never -Oh God, why must one be parted from one whom one so loves... Your love makes me at once the happiest and the unhappiest of men.

My angel, I have just been told that the mailcoach goes every day - therefore I must close at once so that you may receive the letter at once.

Be calm - love me - today - yesterday - what tearful longings for you - you - you - my life - my all - farewell. Oh continue to love me - never misjudge the most faithful heart of your beloved.

Ever thine,

Ever mine,

Ever ours.


The Immortal Beloved Letters
, Ludwig van Beethoven

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Was it real?!

" It was real, wasn't it? You and me. Such a long time ago, we were just a couple of kids. But we really loved each other, didn't we?"


The Notebook

Pensamento do dia


"Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina, há falta de amor."

Carl Jung

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Abraço


Abraço para comemorar a vida ou abraço para amenizar a dor;
Abraço que faça com que o tempo seja eterno;
Abraço para recordar o carinho que surge da união dos corpos;
Deu-me vontade de um abraço, aquele que só tu sabes dar...
E depois como se fosse um segredo só nosso, tu sussuras: "Estou aqui!"

Insónia


Não gosto quando me tiras o sono,
Não gosto quando não me deixas dormir,
Insónia...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Histórias Antigas



"Ainda não me esgotei, ainda aqui estou, ainda não saí de ti, estou aqui, agora, com uma persistência velhaca, a contar-te histórias muito antigas como aquela que já não te recordas. A história da menina que pensava não saber amar, pois lhe tinham dito, na sua tenra idade, que o amor é coisa de graúdos, de idade adulta, a que nunca chegaria com o seu olhar infantil. O mesmo olhar que tratou com cuidado as pequenas coisas a que se foi dedicando na esperança de que um destes dias o amor lhe aparecesse sem avisar. E o amor não vinha nem dava sinais, não porque não pudesse aparecer mas porque já lá estava. Porque o amor não aparece, germina. E então um dia percebeu que o amor era aquilo, uma coisa muito simples, nada complicada, uma desilusão até em nada semelhante ao que ouvia dizer por aí. E então percebeu que sempre tinha amado, embora não soubesse. E que sempre tinha sido muito feliz sem gozar da plenitude dessa felicidade, porque pensava que havia uma outra, como versão melhorada da mesma coisa. O amor, de facto, nunca veio porque já tinha nascido, com ela, sem que disso se desse conta.
O amor não é palpável nem voa nos céus em formatos cilíndricos mas vê-se nos quadros, no cinema, no abraço quente tão apertado como os outros e sem espaço para nenhum outro."

in "No dia que fugimos tu não estavas em casa", página 20, Fernando Alvim

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Um sonho

Fui ali viver um sonho...
... mas já estou de volta à realidade!